Como por costume, próximo ao portão procurei por correspondências.
Havia uma carta.
Entrei, abri, sentei, li.
Ainda boquiaberta, comecei a dizer, quase como um pensamento - o futuro.
O futuro com o qual eu sonhava, sonhei, deixei para trás, como quem sai apressado, e descuidado deixa alguma janela por fechar.
Um bom lugar para se viver, seguro, organizado... distante... É como eu vejo o futuro, eu disse a ela em resposta... distante...
Todos os dias eu tento enganar a noite, mas apenas uma hora mais próximo eu consigo chegar, e na maior parte do tempo, nem isso.
Eu, cá, com os meus arcaísmos, você, inventando sempre algum neologismo.
Deve haver algo entre as idas e vindas de nossas cartas, que nos faz compreensíveis um ao outro...
Eu agora escrevo aquilo que você já sabe que vai ler. Mas não é brincar de adivinha, é apenas esperar na estação, sempre no mesmo horário, pouco antes de mais um sonho noturno.
M.W.B
Satisfação,depois de tanto tempo, participar novamente do seu blog! Muito obrigado pela postagem!! Avante com os nossos textos!! :)
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