Projeto realizado juntamente com a Nina, ela fez um post tão completo que escrever novamente aqui no blog seria quase um plágio, então decidi postar o post dela aqui.
Esse texto foi originalmente postado no blog Psicose da Nina no dia 22/12/2015.
No início do mês, eu e a Vivian Yokoo tivemos uma brilhante idéia sobre lermos juntas um livro. Mas tínhamos um grande obstáculo, a distância. São quilômetros e mais quilômetros de distância entre o Rio de Janeiro e Ourinhos. É claro que a tecnologia é uma forte aliada nessas horas. Pegamos um livro em comum que queríamos ler e fizemos algumas chamadas no Skype, o resultado foi quase 300 páginas lidas praticamente juntas.
Eu não sei se vamos voltar algum dia a fazer essa experiência de leitura conjunta, onde líamos alguns capítulos em voz alta no Skype e alguns outros combinávamos de ler sozinhas. Afinal, não é um sistema muito prático e é muito difícil conciliar horários e vontade de ler. Mas uma coisa é certa, se não fosse isso, esse mês eu não teria lido nenhum livro.
Eu estou com um bloqueio de leitura muito forte! Devo ter uns quatro livros iniciados que não consigo terminar. Queria muito fazer isso antes que o ano acabasse, sabe, ficar sem pendências.
Bem, vamos ao que interessa...
Há muito anos, eu li o livro "A menina que não sabia ler" do John Harding, publicado aqui no Brasil pela editora Leya. Fiquei apaixonada pela escrita "gótica" dele que prende o leitor em um suspense de dar arrepios.
A história acontece no século XVIII ou XIX (não lembro) e é narrada por uma menina que é proibida de ler por seu tio e tutor. Ela mora numa mansão praticamente assombrada, apenas na companhia de seu irmão mais novo, os empregados e frequentemente por um amigo das redondezas. Florence te deixará muito intrigado com suas desconfianças em relação as suas preceptoras.
Nunca imaginei que pudesse existir alguma continuação desse livro. Sinceramente, fiquei até curiosa, mas foi aquele sentimento natural que você tem quando termina um livro e fica pensando o que será que aconteceu com o personagem.
Muito tempo depois, dois ou três anos, não sei, eu estava na Saraiva e vi "A menina que não sabia ler vol. 2" e fiquei chocada. Eu realmente tinha gostado do livro um, mas quando li a sinopse do 2 me pareceu ser uma história completamente diferente.
Eis que comprei o livro há uns meses e descobri que a Vivian Yokoo, do blog Dia de Chuva, também estava interessada em ler. Tentamos relembrar algumas coisas juntas sobre o primeiro livro e logo em seguida lemos cinco capítulos juntas no Skype. Só paramos porque já estava ficando muito tarde. Mas acho que acabamos a leitura em 4 dias.
O segundo livro... (pensando em uma maneira de não dar Spoiler para quem não leu o primeiro), de fato, tem uma ligação com o primeiro. Mas achei muito, como posso dizer, desnecessária?
No volume 2, temos a história John Shepherd, um recém-formado em psiquiatria que vai trabalhar num sanatório que fica isolado em uma ilha. Seguindo o seu estilo de escrita "gótico", o autor, que é um forte fã de Edgar Allan Poe, faz uma ambientação do sanatório bem pesada.
Os métodos usados para tratamentos são aqueles absurdos que sempre ouvimos falar e que hoje sabemos que não passam de maus-tratos. John Shepherd, no entanto, acredita em tratamento mais humanizado. Ele tentará provar para o diretor do lugar a eficiência do tratamento moral através de uma paciente que ele passa a ser responsável. No entanto, logo descobrimos que Shepherd esconde vários segredos.
Os métodos usados para tratamentos são aqueles absurdos que sempre ouvimos falar e que hoje sabemos que não passam de maus-tratos. John Shepherd, no entanto, acredita em tratamento mais humanizado. Ele tentará provar para o diretor do lugar a eficiência do tratamento moral através de uma paciente que ele passa a ser responsável. No entanto, logo descobrimos que Shepherd esconde vários segredos.
Quando você lê a sinopse no site da editora Leya dá vontade de morrer, principalmente depois que você lê o livro:
"(...) a pequena Florence viverá uma nova e misteriosa aventura onde nada é realmente o que aparenta ser e todos podem se tornar inimigos em potencial." (Site da Editora Leya)
Você subentende que história é da Florence, assim como foi no primeiro livro. Mas não meu amigo, ela de fato está na história, mas nem de longe a história é sobre ela. O autor faz algumas referências bem breves do primeiro livro, mas a história em si, gira em torno do Shepherd.
Conversando com a Vivian, cheguei a conclusão de que se trata de um "erro de tradução" do título. O primeiro livro tem como título original "Florence and Giles" (a menina e o irmão) e apenas o segundo livro que tem esse título "The girl who couldn't read".
Apesar ter me parecido uma tradução mais correta, eu ainda acho que o "couldn't" deveria ter sido traduzido literalmente para "não podia", ao invés de "não sabia". Sei que pode não soar tão sonoro ou comercial, mas ainda assim acho mais correspondente com a história. E o fato deles terem usado o mesmo título para o volume 1, dá uma confundida quando eles simplesmente lançam um volume 2 que não tem praticamente nada a ver com a primeira história. Não existe propriamente uma continuidade entre os dois livros.
Apesar ter me parecido uma tradução mais correta, eu ainda acho que o "couldn't" deveria ter sido traduzido literalmente para "não podia", ao invés de "não sabia". Sei que pode não soar tão sonoro ou comercial, mas ainda assim acho mais correspondente com a história. E o fato deles terem usado o mesmo título para o volume 1, dá uma confundida quando eles simplesmente lançam um volume 2 que não tem praticamente nada a ver com a primeira história. Não existe propriamente uma continuidade entre os dois livros.
Outro grande erro, na minha opinião, cometido pela editora foram as capas. Meu Deus! Elas não tem nada a ver com a história, nada. Sem ofensa aos estagiários, mas parece coisa de estagiário. Eu que não entendo quase nada de mercado editorial, é nítido o erro que eles cometeram. Quando você olha as duas capas - claras, "felizes" e passando uma sensação de paz - você nunca iria imaginar que se trata de um suspense gótico.
Por Deus, é praticamente a mesma coisa que você pegar O Corvo e colocar uma foto de Faísca e Fumaça como capa. Muito leitor que comprou pela capa, achando que pudesse se tratar de um drama de superação, deve ter ficado decepcionado e provavelmente serviu de lição para o resto da vida.
Por Deus, é praticamente a mesma coisa que você pegar O Corvo e colocar uma foto de Faísca e Fumaça como capa. Muito leitor que comprou pela capa, achando que pudesse se tratar de um drama de superação, deve ter ficado decepcionado e provavelmente serviu de lição para o resto da vida.
Não me entenda mal. As histórias são realmente boas e teria mais sentido se a editora tivesse tido um pouco mais de carinho na preparação da versão brasileira. Eu recomendo que vocês leiam, mas fiquem avisados que não se trata realmente de um volume 1 e 2, mas de duas histórias do mesmo universo.
Vou tentar "padronizar" minhas resenhas e vou criar aquela parada de "estrelinhas", mas aqui no Psicose, em homenagem ao Sir Hitchcock, serão faquinhas.
(3/5)
A menina que não sabia ler, vol. 2
CAPA/EDITORAÇÃO
(0/5)
A
Olá Vih... já tinha lido esta texto lá no psicose... e achei muito legal o projeto de vcs... parabéns!
ResponderExcluirLivros terapias / Fan page