sábado, 21 de maio de 2016

Beco das Lembranças - [Japão]

                             
                              Beco das lembranças 
                                  思い出横丁
                             おもいでよこちょう
                                Omoi de yokochou


Konnichiwa 
こんにちは

Minna san ogenki desuka?
みんな さん お元気 ですか?

Vim escrever sobre uma coisinha que faz brilhar os olhos da criançada (sim, os meus também).
Sai do serviço, busquei minha filha e fui no shopping comprar umas coisinhas, cheguei e dei de cara com isso........

É uma feirinha de doces e brinquedinhos antigos e baratinhos.

Os olhos da minha filha triplicaram de tamanho e um sonoro "ahhhhhh" veio junto.....
"Mãe..... Posso comprar um, dois, alguns docinhos???????"
Como vou dizer "Não" se meus olhos avistaram de longe isso....... 


                                               (Algodão doce)

Passo muito bem sem chocolates, balinhas e chicletes mas algodão doce já é sacanagem comigo.

Pois é né, apesar de serem docinhos bem baratinhos, deixei quase 2 horas do meu serviço ali com o tiozinho da barraquinha. 
Com isso......
Minha filha feliz....
Tiozinho da barraca feliz.....
Eu, mais ou menos feliz......
Ok.......Tudo bem né......

Bom, nessas barraquinhas tem balas, chocolates, goma, chicletes, algodão doce, brinquedinhos, sucos, tem uns treco que não sei o nome não rsssss.


Ahhhhhh e para quem já assistiu aquele lindo filme do studio ghibli.... O CEMITERIO DOS VAGALUMES  (hotaru no haka-  火垂るの墓).
com certeza deve se lembrar da latinha de balas que a Setsuko carrega né. Essa é a marca original e fizeram essa embalagem em homenagem ao filme .... Fofo demais.( vou me arrepender amargamente por não ter comprado).




Não tem jeito, essa barraquinha encanta a todos, crianças, adultos e até os velhinhos. Foi difícil conseguir tirar as fotos, a barraca nunca ficava vazia.

O tiozinho que estava na barraca era muito simpático e até arriscou um OBURIGADO rsssss.
Aí gente como é fácil me agradar rsssss.
Eu ia tirar foto dos docinhos que minha filha comprou quando eu chegasse em casa, mas a sacolinha chegou cheia.....cheia só de embalagens vazias porque os doces já estavam na barriga dela.




sexta-feira, 13 de maio de 2016

Ele



Eu tinha 18 anos e minha vida até agora tinha sido um saco.
 Eu tinha alguns colegas que se faziam de amigos quando era conveniente a eles. Quando eu tinha dinheiro eles estavam por perto, quando eu não tinha dinheiro eu estava sozinho. 
Tive um melhor amigo, amigo esse que nunca lembrei de dizer diretamente a ele o quanto ele era importante na minha vida. Minha família era um caos, muitas brigas. Eu não tinha um serviço fixo, ajudava meu pai em limpeza de terrenos, carpinava, passava veneno, essas coisas que no fundo me davam vergonha. Uma certa tarde eu estava andando na rua onde eu morava e vi uma linda menina, ela estava de saia laranja, blusinha branca, keds e óculos de sol, naquele instante meu coração acelerou, nunca tinha a visto por ali, quem poderia ser essa menina? Olhei para ela e ela retribuiu o olhar.
Algum tempo se passou e eis que vejo novamente na rua onde eu morava a mesma menina, mas agora eu sabia o que ela estava fazendo ali, ela era amiga da namorada do meu melhor amigo, não poderia ter coincidência melhor. Olhei novamente para ela e ela novamente retribuiu o olhar. 
Na primeira oportunidade fui perguntar sobre essa menina para a namorada do meu amigo e ela contou que a menina havia perguntado sobre mim também. 
Pedi o telefone da menina e resolvi ligar.
Conversamos por vários minutos e era ficha atrás de ficha, já que eu ligava do orelhão do bar da esquina pois não tinha telefone na minha casa.
Criei coragem e chamei-a pra sair e para a minha alegria ela aceitou. 
A namorada do meu amigo me fez inúmeras recomendações dizendo que essa menina era diferente, que ela era especial, que não era uma menina qualquer como as meninas que eu era acostumado a sair. Cada coisa que a namorada do meu amigo dizia sobre essa menina eu me encantava mais e mais por ela. Eu já estava cansado de sempre me envolver com o mesmo tipo de garota e realmente queria alguém especial, acho que era essa menina.
Como eu não tinha emprego fixo eu também não tinha dinheiro e quando digo que os meus amigos só me procuravam quando eu tinha dinheiro era porque eu fazia alguns "bicos" ilegais. Eu vendia drogas.
Já me doía o coração em estar me aproximando de uma menina tão bacana mas não ter nada de bom a oferecer a ela.
O dia do primeiro encontro chegou. Saímos em dois casais, foi tudo agradável, a menina era linda e estava comigo, eu nem acreditava, ela era tudo aquilo que a namorada do meu amigo disse e um pouco mais. Logo na primeira conversa que tivemos sozinhos ela já me fez sentir como se nos conhecêssemos há muitos anos. Contei coisas da minha vida, que os outros sabiam, mas que eu não admitia. O triste foi levá-la para casa. 
Após esse encontro eu ligava todos os dias para ela. Um laço foi se formando e a vontade de vê-la só aumentava. Eu queria chamá-la para sair, mas eu só tinha 1 real no bolso, isso me decepcionava muito. Criei coragem e liguei para ela no domingo à tarde e a convidei para dar uma volta, ela aceitou. Nos encontramos na praça da igreja e ficamos ali no banco conversando. Nossa, como a companhia dela me fazia bem, mas não sei se poderia dizer o mesmo dela, às vezes ela parecia estar tão longe. 
Continuamos a conversar mas já não conseguia encontrá-la sempre, algumas vezes fui até a casa dela para vê-la. Até que um dia descobri que a polícia estava atrás de mim, por causa do meu "bico". 
Decidi sair de cena por uns dias, não liguei para me despedir, não teria coragem de contar a ela  o motivo, eu já havia contado que usava drogas mas não tinha contado a ela que eu as vendia também. 
Fiquei fora por um mês. E ela seguiu a vida dela. E eu perdi o chão, pois sonhava todos os dias com o dia que eu voltaria para a cidade e a encontraria. 
Liguei para ela e disse que queria conversar, ela aceitou, conversamos e eu percebi o quanto gostava dela, nunca havia sentido por ninguém o que estava sentindo por ela.
Sempre fui o tipo pegador, mulherengo que pegava as meninas pra levar pra cama e depois ignorava, e agora eu me via ali, completamente encantado por uma menina que não queria mais que minha amizade. 
As brigas em casa, com minha mãe e meu pai estavam cada vez piores, eu já estava no meu limite, desde que saí de cena para fugir da polícia, nada deu certo na minha vida. Eu que já bebia bastante passei a beber mais, bem mais.
Por mais que eu tentasse me convencer a não ir atrás dela, minha vontade de ver aquela menina era maior que qualquer orgulho que eu tivesse, fui até a namorada do meu amigo e disse que se ela levasse a amiga dela no churrasco domingo a tarde eu daria a ela uma garrafa de bebida. A namorada do meu amigo topou na hora e não sei como ela conseguiu convencer a menina a ir no churrasco, mas o importante é que ela foi.
Segurar a mão da menina mais uma vez, abraçá-la e beijá-la era a coisa que eu mais ansiava em fazer. Ela ficou pouco tempo no churrasco, mas eu já estava feliz, então fui beber parar comemorar minha felicidade. Não faço ideia do quanto bebi, só sei que no final da noite eu já não tinha controle sobre os meus atos, já não dizia nada com nada, já arrumava briga com todos ali presentes e arrumei briga com a pessoa errada. Ele era meu amigo também e agora entendo que ele só queria alertar que eu havia passado dos limites, mas na hora eu não queria saber de nada, brigamos feio, ele me socou, rasgou minha camisa nova, eu fiquei irado, magoado, confuso, chateado. Fui até minha casa, que era perto, peguei a arma que eu havia comprado quando sai da cidade, e voltei ao churrasco. Não sei nem o porquê de ter ido pra casa buscar aquela arma. Quando voltei ao churrasco, alguns já haviam ido embora mas ele ainda estava ali, então apontei a arma para minha cabeça, fechei os olhos e respirei fundo, quando fui apertar o gatilho senti uma mão segurando minha mão, depois senti várias pessoas a minha volta, tomaram a arma da minha mão e me levaram para casa.
No outro dia eu estava com muita vergonha de tudo o que havia acontecido e de alguma forma eu sabia que a menina também já sabia. Não quis ligar pra ela, mas na quarta-feira à noite ela foi lá em casa, não tocou no assunto, sei que ela queria que eu contasse, ela queria ouvir a minha versão da história, e eu me fiz de desentendido e não falei. Ela então disse que se não havia confiança da minha parte ela não queria me ver mais. Aquilo foi uma apunhalada em meu coração, mas como tirar a razão dela? Ela era linda, inteligente, brilhante e tinha um futuro maravilhoso pela frente e eu o que poderia oferecer a ela?
Eu bebia muito a ponto de tossir sangue, eu usava drogas, eu vendia drogas, eu não tinha estudo, eu não tinha emprego, eu não era nada, não era ninguém. Fechei os olhos e deixei que ela se levantasse e fosse embora e com ela levou todo meu coração, sem ela como alicerce eu que já me sentia perdido me perdi ainda mais.
Fiquei revoltado com tudo e com todos.
As brigas na minha casa eram diárias e sempre eram por eu não estar trabalhando. Não tiro a razão deles, pois eles queriam meu bem, mas na época eu não entendia.
Ahhhhh se naquela época eu entendesse, teria mudado tanta coisa.
Apesar de todas as coisas erradas que eu fazia, eu ia na igreja todos os domingos na missa da noite e o amigo que briguei no churrasco ia todos os domingos de manhã. Eu já havia perdido a menina, não queria ficar brigado com meu amigo, resolvi ir na missa da manhã para conversar com ele e voltarmos a amizade, justamente nesse domingo ele não foi. 
Quando voltei para casa, na hora do almoço, mais brigas em casa. Me tranquei no quarto e ali perdi a noção do tempo. Dormi a tarde toda e quando acordei senti a maior angústia que eu poderia sentir. Eu já estava no fundo do poço, nada na minha vida dava certo, foi a menina que me deixou, a briga com meu amigo, as brigas em casa. Peguei a foto que eu tinha com a menina, acariciei, dei um beijo e a guardei. E por um momento de fraqueza peguei a arma, a mesma que vim buscar em casa no dia do churrasco, segurei a arma firme, olhei-a, fui pensando na minha vida, vi que nada valia mais a pena. Coloquei o cano da arma na minha cabeça, fechei os olhos e apertei o gatilho.
Dessa vez não teve ninguém para me impedir......









quinta-feira, 5 de maio de 2016

KOINOBORI



Olá!!!!!
Hoje meu post será sobre um dia de comemoração aqui no Japão que se chama KOINOBORI (鯉幟) que é o costume japonês de hastear birutas em forma de carpa para comemorar o DIA DAS CRIANÇAS.
鯉-carpa
幟-subida



Aqui no Japão, meninos e meninas são homenageados em dias separados, meninos no dia 05 de maio e meninas no dia 03 de março.
Após a guerra o dia das crianças passou a ser comemorado, juntamente, com o dia dos meninos.

O KOINOBORI é hasteado do lado de fora da casa acima da linha do telhado para que todas as carpas fiquem visíveis, geralmente no final de abril até o dia 5 de maio.

O por quê de serem carpas?
 Simples, a carpa é um peixe que simboliza força, bravura, persistência e sucesso, que é o que um pai deseja a seu filho. Quando o KOINOBORI é visto tremular no céu tem-se a impressão de ver a carpa nadando. 

Diz a lenda chinesa que a carpa devia subir a fonte do rio que corta a China, o Huang Ho, na época da desova. Para isso, tinha que nadar contra a correnteza e saltar cascatas até a montanha Jishinhan. A carpa que alcançasse o topo tornava-se um dragão. Por causa dessa lenda que as carpas simbolizam força, bravura e persistência. 

As birutas são hasteadas simbolizando a família e cada cor simboliza uma pessoa, Koi preto representa o pai, koi vermelho representa a mãe, seguido de um koi azul, verde e depois um koi violeta, representando os filhos de cada família.
Antigamente, no dia dos meninos, os samurais costumavam exibir suas armas e armaduras, mas como nem todas as pessoas tinham o acesso a tais adornos, por volta do século XVII os plebeus urbanos resolveram representar o dia dos meninos hasteando os  KOINOBORI como uma alternativa menos ostensiva já que basicamente as armaduras e os koi tem o mesmo significado para eles.

Em algumas famílias, mais tradicionais, as pessoas se adaptaram ao hasteamento do KOINOBORI mas também mantiveram a tradição de expor dentro de suas casas, miniaturas de bonecos de guerreiros com armadura, arma e capacete.
Em alguns lugares a paisagem fica tão bonita, alegre e colorida que viram pontos de visitação atraindo muitas famílias para fazerem piquenique e aproveitarem o último dia do feriado de "Golden Week".


Fonte:
www.culturajaponesa.com.br
Minha cabeça 
Meu filho
Minha amiga japonesa


quarta-feira, 4 de maio de 2016

Um pé em cada país.

Oia nóis aqui traveiz.



Pois é, meu povo e minha pova, voltei a morar na terra do Sol nascente. Terrinha calma (em termos), povo tranquilo, muito trabalho porém algumas facilidades, enfim, é isso aí, vamo que vamo e bola pra frente.

Como voltei a morar aqui no Japão, não sei por quanto tempo, vou aproveitar e escrever alguns post com curiosidades ou lugares para conhecer, ao menos os lugares aqui por perto de casa ou algum lugar que eu vá passear já que eu adoro passear, não gosto de ficar em casa, se eu tiver companhia eu caio na estrada com a mochilinha nas costas e vamu simbora.

Esse tempinho maravilhoso que passei no Brasil me fez perder toda e qualquer vontade de bater perna nos shopping por aqui, tudo muito certinho, bonitinho, arrumadinho, nada disso me faz lembrar minha terrinha amada. Tenho me sentido um pouco "presa" quando vou para lugares fechados, então não vai rolar post sobre shopping por enquanto.

Massssss em compensação.......

Gosto muito dos parques.....
Ahhhh esses sim merecem toda a minha consideração e amizade. Várias e várias fotos, vou precisar me controlar para não colocar fotos demais nas postagens, pois quem me conhece sabe, adoro fotografar coisas e nada melhor que arvores, flores e água, para eternizar nas fotografias.

Em 1 mês morando aqui meu celular já conta com 2.000 fotos.

Isso me fez falta no Brasil, sair para fotografar, qualquer coisa, paisagens, flores, rios, pessoas, selfies ( claro porque eu também mereço ter minhas recordações). Bom, mas o que foi, foi (alguém já me disse isso) agora vou só aproveitar minha estadia aqui e fotografar muitas coisinhas bonitinhas e fofinhas para postar no blog.

Gostaria de ter feito esse post de transição logo que cheguei aqui mas meu bloqueio mental não deixou, acabei postando alguns textos antes disso, mas antes tarde do que nunca né.

Tenho um coração verde e amarelo com muito orgulho e com muito amor.
Mas também sei ser grata ao país que me proporciona aprendizado e experiências incríveis, país esse que me deu a possibilidade de ver que se eu tivesse ficado com a bunda parada no mesmo lugar de sempre, na minha mesma cidade de sempre, reclamando das mesmas coisas de sempre, com meus medos de sempre, eu nunca teria tido nem metade das histórias que tenho pra contar. Aprendi a lidar e a conviver com as diferenças de sexo, raça, cor e religião. Conheci pessoas de todas as partes do Brasil e do mundo.

Então....
Tenho um coração verde e amarelo com muito orgulho e muito amor mas, também tenho um coração branco e vermelho com muito orgulho (Sentiram a sutil diferença né, rsssss).

Bjnhs gentem, e até logo.

LIVRO DO DIA: O orfanato da Srta. Peregrine


Sabe aquele livro que quando você lê parece que faz parte dele, então é esse.

Sinopse
Tudo está à espera para ser descoberto em 'O orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares', um romance que tenta misturar ficção e fotografia. A história começa com uma tragédia familiar que lança Jacob, um rapaz de 16 anos, em uma jornada até uma ilha remota na costa do País de Gales, onde descobre as ruínas do Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares. Enquanto Jacob explora os quartos e corredores abandonados, fica claro que as crianças do orfanato são muito mais do que simplesmente peculiares. Elas podem ter sido perigosas e confinadas na ilha deserta por um bom motivo. E, de algum modo - por mais impossível que possa parecer - ainda podem estar vivas.

 
O livro desde o começo tem uma linguagem fácil, e flui muito bem, não tem nenhuma parte desinteressante, ele prendeu minha atenção à leitura, me vi passando por todas as situações e suspirei com as aventuras.

O livro é sobre jacob, um menino que passou sua vida escutando as histórias fantásticas que seu avô contava de uma época em que morava em um orfanato. Quando pequeno jacob sempre acreditou nessas histórias e fantasiou cada uma delas. Até que depois da trágica morte de seu avô, Jacob precisa passar por um tratamento psiquiátrico e deixa de acreditar nas histórias que ouviu e se convence que tudo não passou de uma invenção. Até que um dia ele encontra uma carta que foi destinada a seu avô há 15 anos atrás. Jacob então, agora com um endereço em mãos, decide que quer ir até o local tentar encontrar algo que o faça acreditar naquelas tão detalhadas e incríveis histórias. Seu pai, um ornitólogo, se propõe a acompanha-lo na viagem e aproveitar para escrever um novo livro.
Quando jacob chega a ilha somente com um endereço em mãos, descobre que talvez as histórias que seu avô contava possam ter um fundinho de verdade. Ele com um pouco de esforço e curiosidade acaba encontrando o orfanato que ele tanto procurava.
Depois disso coisas peculiares começam a acontecer e todo o brilho e fantasia tomam conta de toda a história.


Depois de ler o livro fiquei pensando, quantas e quantas vezes assistimos shows de talentos, pessoas mostrando seus "truques"  como levantadores de peso, engolidores de facas, levitação e mágicos. Será que são truques mesmo ou essas são pessoas peculiares que deveriam morar no orfanato da srta peregrine?


"Ela pegou minhas mãos e mirou-me nos olhos, e eu a encarei em resposta. Apenas olhar era quase tão intenso quanto os beijos."